sábado, 29 de novembro de 2008

Downtime: Brabham-ventoinha

Lauda - Brabham BT46B

A Brabham contratou o Campeão do Mundo de 1977, o austríaco Niki Lauda, para a época de 1978 e causou sensação ao apresentar o Brabham BT46 que incorporava várias inovações técnicas.
O designer Gordon Murray foi o responsável e como gostava muito da forma piramidal, que já vinha desenvolvendo noutros Brabham de anos anteriores, foi essa a linha seguida para o novo projecto.
Quando foi apresentado, o Brabham BT46, apresentavam muitas inovações: para manter esse conceito a refrigeração do motor ficava a cargo de umas placas de refrigeração de calor provenientes da indústria aeroespacial, dispostas nos flancos do carro sem interromper o fluxo de ar que passava por eles; foi o primeiro carro de F1 cujo chassis tinha partes feitas com materiais compósitos, o que lhe dava uma grande rigidez; foi o primeiro carro equipado com pequenos deflectores com a missão de reduzir as turbulências provocadas pelas rodas dianteiras (passaram anos antes que estes deflectores fossem usados de forma generalizada na F1); foi o primeiro carro equipado com freios de fibra de carbono; foi o primeiro carro desenhado para comunicar por telemetria com a box. O seu painel era de cristal líquido e o piloto recebia toda a informação necessária. Inclusive os seus tempos por volta e dos rivais, constantemente actualizados. No entanto nem todas estas inovações funcionaram: a telemetria e as placas para a refrigeração não funcionaram. A telemetria não estava suficientemente desenvolvida para o seu uso nas pistas naquela época e as placas de refrigeração não conseguiam dissipar todo o calor gerado pelo enorme motor Alfa Romeo.Ou seja, um carro fora-de-série.
Lauda - Brabham BT46B

Mais não foi isso que constatou-se logo na primeira corrida do ano no GP da Espanha quando as Lotus venceram com uma certa facilidade de dobradinha.
Mas o grande trunfo dos Lotus 79 era a exploração do efeito-solo. O carro era tão eficaz a usar o “downforce” provocado pelas saias móveis, nos pontões laterais do carro, que Andretti afirmou certa vez que: “Este Lotus 79 parece que está pintado no asfalto, tal é a sua aderência…” Mas a concorrência tentava encontrar carros que pudessem contrariar esse domínio Lotus. Um deles era Gordon Murray, que procurava melhorar o Brabham BT 46, equipado com motor Alfa-Romeo, que tinha sido mal nascido. Murray tinha dificuldades em encaixar esse motor “monstro” num carro-asa convencional, logo, partiu em busca de soluções. E logo apareceu a mais radical de todas: uma ventoinha.
Eis que chega o GP da Suécia que contém longas retas como pouco se vê. Todas as equipes queriam tirar essa supremacia da Lotus. E a Brabham apresenta uma ventoinha para " auxiliar na refrigeração do motor". Várias equipes protestaram sobre essa ventoinha. Mais os comiçários de prova foram olhar essa novidade e viram que serviria "apenas" como um radiador.
Eclestone então sabendo que seu carro com aquela ventoinha era mais rápida que todos os carros,mandou seus dois pilotos irem para o treino de classificação com tanque cheio. Seus pilotos fizeram sem maiores dificuldades os 2º e 3º tempos.

Brabham BT46B

Um momento curioso foi quando a pista ficou suja de óleo e as Brabham passavam por cima sem nem alterar sua trajetória, enquanto os outros carros tinham que tirar o pé.
Lauda foi bem superior na corrida e abriu 34,6 segundos de vantagem sobre o segundo colocado.E as Lótus? Bem abriram o bico tentando acompanhar o ritmo impressionante da Brabham.
Outro momento inusitado foi quando no final da corrida alguns chfes e engeheiros de outras equipes foram olhar a ventoinha da Brabham.
A Lótus reivindicou e conseguei que o carro fosse banido.Mais a vitória não foi banida.

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